Entre os meses de abril e maio, com a colheita quase encerrada, os preços do arroz em casca continuaram a subir em Santa Catarina, um dos principais mercados do grão no Brasil.

Excluindo o período da pandemia, quando os preços atingiram níveis extraordinários, os preços observados nos primeiros cinco meses de 2023 foram os mais altos da série levantada pela Epagri/Cepa.

Conforme dados da instituição, isso ocorre porque, historicamente, esses primeiros cinco meses do ano são caracterizados por reduções consecutivas nos preços, à medida que a colheita avança e a oferta interna se consolida. No entanto, vários fatores explicam essa atipicidade, com destaque para a menor oferta interna do grão.

Impacto na economia catarinense

Na percepção do presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, entender o impacto que a rizicultura traz na economia de Santa Catarina torna ainda mais evidente a necessidade de boas parcerias entre indústrias e produtores rurais.

“Queremos que o produtor seja forte e cresça, pois se ele estiver bem, as nossas 26 indústrias associadas ao SindArroz vão ser recompensadas também. É uma relação de igualdade e troca na mesma proporção”, almeja.

Percorrendo as lavouras da família desde a infância, Rodrigo Pasini, agricultor com mais de 30 anos de experiência, entende a importância do grão para a economia do Estado.

“Somando nossa dedicação diária ao cuidado que as indústrias têm, conseguimos oferecer um cereal de alta qualidade, até porque os consumidores estão cada vez mais críticos e exigentes”, afirma Pasini.

Colheita chegando ao fim

A colheita do arroz nos campos catarinenses está quase concluída, com 99,9% da área semeada já colhida, restando apenas a colheita da soca. Conforme as estimativas da Epagri/Cepa, a expectativa é que Santa Catarina alcance uma produção de 1.235.229 toneladas de arroz na safra 2022/23.

A área plantada deve se manter estável em torno de 147 mil hectares, enquanto a produtividade apresentará uma leve redução em relação à safra anterior, que foi acima da média.

Arroz catarinense teve como principal destino a Venezuela

De janeiro a abril de 2023, as exportações somaram US$ 8,165 milhões, tendo como principal destino a Venezuela. Esse valor é aproximadamente o dobro do total exportado em todo o ano de 2022 e reflete uma tendência de aumento da participação no mercado externo, segundo a Epagri.

Do lado das importações, no primeiro quadrimestre de 2023, Santa Catarina importou o equivalente a US$ 4,299 milhões, tendo como principal parceiro comercial o Uruguai, pela proximidade dos mercados e similaridade de características do grão consumido no Brasil.